Por: Alexandre Mendes
Argumento: Fabio da Silva Barbosa
Algumas horas após o incidente, Odimar e Alcebíades continuavam acordados, alertas para todos os perigos que uma noite no interior da mata, poderia lhes proporcionar.
- Tudo bem, filho. Descanse um pouco. Eu cuido de sua mãe. – Disse Alcebíades, enquanto acariciava os cabelos de Nonó.
- Acho que não vou conseguir mais pregar os olhos, depois disso. Sem contar que vamos precisar de mais lenha para a fogueira. – Disse Odimar, fitando a sua mãe deitada no solo, entorpecida e febril.
- Então, deixa que eu me viro com a fogueira. Cuida da sua mãe, aqui.
Odimar obedeceu seu pai. Estava muito cansado e dolorido, por manusear o facão durante horas. Suas costas latejavam. Por isso, sentou-se ao lado de sua mãe e averiguou a febre que a acometia. Acreditava que todos os cuidados possíveis com ela, naquele lugar, já tinham sido providenciados. A picada não havia sido tão profunda e o clarear do dia, não tardaria.
Enquanto Alcebíades manuseava o facão com o braço são, pela mata a dentro, Odimar se distraiu em seus pensamentos e acabou pegando no sono, ao lado de sua mãe.
Nonó abriu os olhos, ainda deitada. Parecia estar delirando, dormindo acordada. Olhou ao redor e sua face enrubesceu, com uma expressão de horror. Parecia estar vendo o invisível.
- Odimar! Alcebíades! – Chamou a mulher, completamente atordoada.
Odimar se mexeu no leito, mas não acordou: estava profundamente adormecido.
Nonó levantou-se, lentamente, enquanto observava apavorada o entorno da clareira.
- Alcebíades! Odimar!
Dessa vez, Odimar acordou. A pobre mulher estava histérica.
- Família! Família! – Gritou Nonó.
Odimar ergueu seu corpo do solo, indo ao encontro de sua mãe.
- Aaaaaaaaaaaaaah! Socorro! – Gritou Nonó, enquanto se levantava para correr.
- Calma,mãe! Calma! – Pediu o filho, pegando Nonó pelo braço.
Nonó olhou, com cara de quem queria chorar, para o lado e viu seu filho. Deu meia volta, cambaleou, até o leito, e adormeceu.
Alcebíades pegou a palha suficiente para manter a fogueira acesa, até o amanhecer.
Sentou-se próximo ao fogo, esticando as suas pernas.
Odimar sentou perto de Nonó, mas não dormiu. Ficou de guarda, o resto da noite.
Quando a sol da manhã despontou no horizonte, Odimar começou a arrumar os objetos no dorso do cavalo. O animal parecia estar sedento, mas a água já estava no fim. Odimar sabia que eles teriam que andar em ritmo acelerado, até a cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário