O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

sábado, 23 de fevereiro de 2019

A MACONHA ANCESTRAL

Por: Edu Planchêz


e dirão os que não sabem, 
ou pouco sabem, de mim, de ti...
( no tempo que fumávamos maconha apertada 
na bruta seda que envolve os velhos maços de cigarros
( e é impossível não ver a sombra empoeirada 
de jack kerouac 
pela paredes dessa casa antiga, lar de meu filho...

e a maconha ancestral
e a maconha da comemoração dos anos que se espalharam 
nos cavalos das calçadas da cidade,
da cidade de minha solta vida

"evoé jovens artistas!"
artistas dos novos dias
em que para comer cantamos 
dentro dos vagões do metrô-rio

e a maconha perfumada pela mãos de diego el khouri
assume a forma de um ser do livro dos seres imaginários,
e jorge luis borges, de roupas finas e brancas,
de sino e espada, no alto das montanhas de ur,
donde as tábuas de granito exibem dizeres
( inda que carcomidos )

o tempo cozinha a pedra 
para a pedra voltar a ser feto

a maconha brasileira,
colhida e plantada pelos tupinambás,
fumega cá em minha boca, 
cá nas antenas cabelos dos traços que largo
agora no mundo ( das pirâmides )