O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

GLAUCO MATTOSO, O "POETA DA CRUELDADE"

Parte I


(Por Diego El Khouri)



Literatura pra mim "já foi glaucoma, hoje é cegueira. Já foi telescópio, microscópio e caleidoscópio, hoje é prato em que cuspo, vomito e choro."

Glauco Mattoso, paulistano nascido em 1951, é um marco zero na literatura mundial. Com recorde de mais de 3000 sonetos (escrito em menos de dez anos) , esse pós maldito (como prefere ser chamado) é um forte exemplo daqueles que conseguem juntar poesia e vida numa intensidade única. Aliás, essa idéia nunca pode dissociar. Filho da tragédia ele vem compondo compulsivamente, desesperadamente numa loucura sem tamanho. Vítima da cegueira aos 40 anos de idade, esse revoltado por condição existencial, volta ao poema clássico abandonando o verso livre dos primeiros anos de literatura. Mas com ele o soneto assume um caráter diferente. Usando de uma forma metrificada perfeitamente ele consegue subvertê-la levando o leitor a sensações únicas.

Podridão e lirismo. Amor e ódio. Visão e cegueira.

Sua poética é uma arma contra os seus traumas íntimos. Vítima dos outros garotos e por sofrer glaucoma (por isso seu apelido), portanto sendo então uma criança frágil, é violentado inúmeras vezes. Na juventude ingressa na literatura e em inúmeros casos sádicos. Já aos 40 anos de idade e cego por completo se deixa abusar novamente por crer ser apenas um bicho e não homem. A literatura foi o que o salvou...

"De dentro da minha cegueira, vejo que, para a poesia, a única tendência vital será o retorno às origens, ou seja, em vez de buscar a visualidade, recuperar a oralidade".

Tive o prazer de entrevista-lo e coloco aqui na íntegra sem cortes toda a entrevista.

Mantive a linguagem original do Glauco, pois por não aceitar a  nova reforma da língua portuguesa ele adotou a antiga ortografia.
Aí está:



[1] Dentro de um quadro onde há tabus, preconceitos e a valorização
excessiva da higiene, em terra inculta o que é ser um "poeta sujo", ao
mesmo tempo clássico, conceitual e, para arrematar, cego, homossexual,
podólatra e sadomasoquista?
 


GM: A sujeira e a podridão sempre fizeram parte da maldicção litteraria.
Sade era muito coprophilo, Bocage era escatologico, Genet tambem. A
esthetica punk accrescentou mais uma pitadinha de nojeira nessa porcaria
toda. Commigo a coisa foi cumulativa: herdei o patrimonio fescennino dos
goliardos, dos maldictos, e passei pelas phases hippie e punk, com toda
a antihygiene inclusa. Mas, sendo cego, fetichista, sadomasochista e
veado, a coisa se aggrava. Eu diria que, sendo o Brasil um paiz bem
viralata, quem quizer assumir o rotulo de "sujo" tem mesmo que estar um
pouco acima da media... Mas ser um poeta sujo não é apenas chafurdar na
merda: é saber jogal-a no ventilador, saber fazer della boas tortas para
atirar na cara dos politicamente correctos.

 
[2] Você é realmente o que diz em suas poesias ou é apenas uma alienação
para fugir da dor vigente?



GM: As duas coisas, como ja dizia Pessoa. Sou personagem de mim mesmo e
exaggero, como todo poeta visceral, mas a contradicção tambem faz parte
da lenda dum maldicto. Então, tenho meu lado careta e accommodado.



[3] Como já dizia o profeta do caos Timothy Leary, "a marginalidade é
formada por aqueles que estão 'out' - aqueles que não tem acesso ao
poder estabelecido involuntariamente por miséria, ou voluntariamente por
escolha estética religiosa". Vivendo em um país de terceiro mundo, sendo
portanto um marginal por condição, cinéfilo inveterado e amante de
quadrinhos, como conceber ser um cego em meio a esse quadro?
 


GM: De facto, ser um outsider no Terceiro Mundo é algo bem mais
underground que ser underdog no Primeiro Mundo. Mas meu caso não é
questão de mera opção esthetica, é fatalidade mesmo. Eu ja nasci
enxergando mal e ja sabia que perderia a visão. Foi uma tortura lenta,
que me ensinou a ser masochista para compensar e a fazer poesia para
desabafar a revolta. Hoje, cada pau que eu chupo, cada pé que eu lambo,
me torna mais consciente de que o mundo foi feito para os que podem se
aproveitar dos que estão por baixo. Christo dava a outra face à
bofetada. Eu, que não sou sancto, offereço a bocca ao proximo pau e a

lingua à proxima sola. Dahi tiro meus themas mais authenticos.


[4] Qual a maior diferença do poeta antes e depois da cegueira?

GM: A principal differença foi que antes eu era anarchista e iconoclasta
meio a serio, meio de brincadeira. Hoje sou um palhaço a serio,
consciente de que minha missão é divertir meus leitores emquanto eu
choro.

 [5] Como o mundo acadêmico vê hoje sua obra? Há alguma repulsa devido
aos termos contundentes que utiliza?

 
GM: Repulsa sempre ha, tanto da parte da critica quanto dos editores ou
leitores, mas o circulo dos que reconhecem meu trabalho é sufficiente
para me dar respaldo. Sou objecto de theses e cursos, aqui e no
exterior. Um caso pathologico, como Augusto dos Anjos ou Giuseppe Belli.
Mas tem hora que fico desanimado com tanta indifferença (ou boycotte) da
midia e do meio editorial, ja que meu caso não é apenas "mais um" de
maldicção litteraria. Si eu fizesse tudo que faço, mais de trez mil
sonetos em menos de dez annos, num computador para cegos, fora os
romances, contos, artigos e columnas na imprensa, mas fosse nascido na
Europa ou nos States, com certeza ja teria apparecido algum Sartre para
me "canonizar", algum editor para bancar minha obra completa em
papel-biblia, algum cineasta para filmar minha vida, algum dramaturgo
para me transformar em peça theatral, algum director musical para me
thematizar na Broadway. Mas é assim mesmo, ser fodido no Terceiro Mundo
é mais heroico por causa desses aggravantes.





[6] Quais são suas referências literárias, o que mais te chocou e o que
não sai da sua cabeça em questão de arte?

GM: Dos referenciaes ja fallei muito, são aquelles maldictos de sempre,
de Villon a Genet, passando por Sade e Masoch, Bocage e Gregorio,
Aretino e Belli, mas o que não me sae da memoria visual é a scena de
"Laranja mechanica" em que o perdedor tem que lamber a sola de quem o
pune. Commigo foi assim desde menino, sendo eu victima dos moleques mais
saudaveis, por isso a scena tem esse gostinho especial para mim, que sou
perdedor assumido, o "loser" que só pode se vingar compondo sonetos.

 [7] Você pensa como Roberto Piva, "a poesia sempre será uma arte
minoritária"?
 


GM: Sim, sou amigo do Piva e discordo delle em muitos pontos, mas elle
está certo. Poesia é para um pequeno circulo de appreciadores meio
pirados, meio sonhadores, meio illuminados.
 

[8] Rimbaud dizia que "o poeta é mesmo ladrão de fogo". Octavio Paz já
acreditava que "a poesia é a subversão do corpo". Breton afirmava que
"poesia é a orgia mais fascinante ao alcance do homem". Álvares de
Azevedo dizia que "o fim da poesia é o belo" e Baudelaire que "a arte é
prostituição". Pra você o que é poesia?


GM: Ja defini a poesia como "uma metralhadora na mão dum palhaço". Pode
ser inoffensiva, mas nada nem ninguem está blindado contra ella,
principalmente si o "blind" é o proprio poeta... (risos)


[9] o que é a Morte pra você? Existe alguma salvação para a humanidade
ou cada dia mais declinará em sua podridão hipócrita e torturante?
 


GM: Tem que existir vida após a morte, claro. Sinão, como poderemos
cobrar pessoalmente de Deus, ou do Diabo (o que dá na mesma) tudo
aquillo que elle nos deve? Si elle irá pagar, ou si ainda seremos mais
taxados, ahi ja é outra historia...
 



[10] Por fim ( tudo merece um fim, até essa entrevista) o que você diria
para aqueles aspirantes a poetas que desejam publicar um livro mas não
sabem e não conhecem os meios para tal?


GM: Que façam como eu ou você, publiquem um zine. Comecei assim,
independente, e a persistencia sommada à qualidade mais a quantidade
mais o passar dos annos, tudo juncto, consolidará uma obra. O importante
é que o conteudo seja fiel à biographia do auctor. De phantasia está a
Disneylandia cheia. Outra coisa é não querer ser genio precoce, pois de
Rimbauds frustrados estão os presidios e manicomios cheios. Afinal, é
melhor ser bandido e louco do lado de fora, né mesmo? Ja basta a prisão
da cegueira, no meu caso, que aliaz é perpetua... (risos)

[outubro/2009]

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Parte  II



No ano que Glauco Mattoso completa sessenta anos de idade tive a honra de entrevistá-lo novamente. Já ultrapassando a marca dos quatro mil e quinhentos sonetos, esse guerreiro maldito fala de poesia, sadomasoquismo, drogas, deficiência visual, cultura alternativa, etc. numa sinceridade única. Mergulhem em suas idéias e em sua arte:

Sessenta anos de existência e boa parte deles dedicada à poesia. O
que há pra ser dito nesse ano atípico?

Talvez apenas mais queixas quanto aos problemas de saude, que vão
se accumulando. Mas, si a carne é fraca (e si fica velha), a cabeça do
poeta continua moleque, revivendo as aventuras da infancia.




A podolatria em sua obra é trabalhada insistentemente com a idéia de
se caracterizar como o dominante e não dominador. Essa podolatria
excessiva é apenas tema em poesia ou é algo de fato vivencial?

Não sei si foi isso que você quiz perguntar, mas, ao longo da vida,
tanto pisei como fui pisado, no sentido proprio e no figurado. Mas,
emquanto ainda tinha visão, às vezes eu podia escolher si levaria um pé
na cara ou si pisaria a cara de alguem, mas, agora que estou cego, só
posso lamber, bem lambido, o pé de quem queira me pisar... (risos)


"A planta da Donzela", releitura da "A Pata da gazela" de José de
Alencar é uma obra que descaracteriza a moral no romantismo. Qual o
impacto que a obra causou no mundo acadêmico e de que forma você encara
o sadomasoquismo?

O livro chegou a ser estudado até como these de philosophia em
Brasilia, e acho que voltará a ser assumpto quando a editora Tordesilhas
o relançar. Quanto ao sadomasochismo, eu o introduzi no livro porque faz
parte, de facto, da minha vida, ja que um cego vive sendo escravizado...
(risos) A proposito, a Tordesilhas é o sello que acaba de publicar um
livro meu de contos sadomasochistas chamado TRIPÉ DO TRIPUDIO E OUTROS
CONTOS HEDIONDOS, uma edição luxuosa, de cappa dura, mas que tem preço
de livro commum.



De que forma você concilia o paradoxo em sua vida e sua obra, que é
a raiz de toda sua literatura?

Nem sempre é possivel conciliar o mocinho e o bandido que vive em
cada um de nós, como o certo e o errado, o amor e o odio e outras
contradicções. Mas si a gente tem consciencia da incoherencia ja é
alguma coisa...

Em algumas seleções de poemas você duelou com jovens escritores como
por exemplo Danilo Cymrot e Leo Pinto. Nessas aventuras poéticas você
sempre estava no papel do massacrado e humilhado. A função dessa atitude
de subordinação masoquista se deve a que?

Isso é um reflexo do que rola na vida real. Às vezes sou
escravizado por moleques folgados, às vezes apenas desafiado
poeticamente, mas na litteratura não fico tão por baixo quanto na vida
real... (risos)

Saiu uma conversa (inclusive em um soneto você aborda esse tema) que
logo você vai encerrar sua carreira literária. Depois de quatro mil
sonetos não tem mais nada a dizer?

São quattro mil os que apparecem no site, mas agora ja passei dos
4500. Na verdade, fallei que ia me aposentar para que parassem de me
convidar a tantos recitaes, saraus, debattes, palestras e entrevistas na
midia, coisas que me estressam muito porque exigem minha presença nos
locaes mais diversos. Mas na practica é impossivel parar de versejar...
É como tentar parar de fumar, beber, comer chocolate ou tomar remedio...
(risos)


Como é para um escritor que valorizava tanto em sua arte o lado
visual perder a visão?

Comparo essa tortura à de Sansão quando foi capturado pelos
philisteus. Sinto-me um escravo à mercê dos algozes, prompto a dar-lhes
motivo para que tirem sarro às minhas custas, mas a poesia equivale à
fé e aos cabellos de Sansão, isto é, à força vital e creadora.

Na época em que divulgava seu fanzine, o "Jornal Dobrabil", época em
que ainda não existia a internet, quais eram as ferramentas para
divulgação de cultura alternativa?

Só o xerox e o correio, no meu caso, ou o xerox e a distribuição de
mão em mão, no caso dos outros poetas marginaes que frequentavam shows,
peças theatraes, etc., com risco de prisão, porque era epocha de
dictadura e qualquer um que pamphletasse podia ser accusado de
communista.


Qual sua opinião sobre a descriminalização, regulamentação e
legalização da maconha?

Tudo é questão de preconceito. A nudez nas praias e os casamentos
informaes, com filhos de diversos paes, ja foram coisas muito
condemnaveis e hoje são vistas com naturalidade. Os costumes sempre
antecedem as leis. Só fico puto quando um usuario me critica por ser
viciado em chulé. Porra, como é que elle quer ficar livre do
patrulhamento si elle mesmo patrulha o vicio dos outros? Cada um com o
seu! Uns cheiram pó, outros cheiram colla, outros chulé, ora! Uns gostam
de fumar baseado, outros de curtir um chulezinho basico...





Qual é a função da poesia?

Para mim, desabafar. Uma especie de exorcismo, de catharse ou de
therapia, como preferirem. De quebra, ella ainda diverte os outros, alem
de desreprimir o auctor...

Qual a sua opinião sobre a nova geração de poetas?

Não posso generalizar, mas muitos não teem a menor noção de
versificação. Não que seja obrigatorio, mas até os repentistas
analphabetos apprendem regras e macetes para serem bem acceitos entre os
cantadores e chordelistas. Desrespeitar regras é direito de todo poeta,
mas elles poderiam pelo menos deixar de serem preguiçosos e podiam
estudar um pouco de versificação, é o que eu acho.

Nesse ano foi aprovado a união homossexual. Quais as consequências
positivas que isso trará?

Como no caso da nudez e do divorcio ou dos segundos e terceiros
casamentos, a lei apenas vem regulamentar aquillo que ja é practicado,
mas sempre ajuda quando algo passa a ser previsto em lei.

Como você vê esse boom do fanzine que está ocorrendo atualmente com
muitas produções, filmes a respeito, blogs, etc?

Sempre fui a favor de qualquer revival, seja no rock, no cinema, na
litteratura ou na contracultura. Como no caso do vinyl e da victrola, o
velho zine em papel nunca será substituido por technologias digitaes,
mas sim complementado e compartilhado por outros meios.

O termo "poeta da crueldade" que transferiram para você, tem alguma
coisa a ver com o teatro do horror do Antonin Artaud?

Sim, claro. Mas não só isso? tambem com o "poeta da violencia" no
cinema, Sam Peckinpah, e com a ultraviolencia de Burgess e Kubrick na
LARANJA MECHANICA. São connexões que existem entre todos os auctores
sensiveis à deshumanidade do homem.

Ainda continuar acreditando no soneto?

Sempre. Como o musico actual acredita na sonata barroca ou o
rockeiro no rockabilly, ou o sambista no chorinho.

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terça-feira, 9 de julho de 2013

SOBRE MINHA PINTURA

(Por Diego EL Khouri)

“A minha voz persegue o que os meus olhos não alcançam”. Através das inúmeras vozes que falam através do pincel, oriento o traço nas cores vivas que bailam desnudas na contradição da vida intensa, na excentricidade delirante dos sentidos e sobretudo na subversão poética dos costumes que é a raiz das artes plásticas no mundo contemporâneo. A minha pintura aponta para vários caminhos. As cores fortes e os traços rápidos (por vezes lento e tranquilo, porém este em menor escala) rompem o equilíbrio das formas para atingir um nível em que uma figura sobreponha a outra dando texturas grossas e infectadas de imagens na obra. Vejo algo belo. O trágico perdendo sua veste e penetrando em temas não muito explorados nem no mundo das artes como a religião, a fé, dogmas, tradições, teorias, etc. Isso está bem claro no quadro que intitulei “A Igreja, o Clero e o Prazer”. O moralismo e sua face contrária se beijando. A hierarquia perigosa da religião ainda com cores quentes num flerte sempre presente com o sépia e o preto. A aurora, o nascimento, a explosão. O vermelho e o amarelo em excesso. Nisso muitos quadros casam. A fase agora é “alvorada embutida na tela”. Prato cheio para acelerar a corrente sanguínea dos receptores atentos e ao mesmo tempo lançar na mente dos mais afoitos a volúpia que se comunica com diversos temas e ideias mesmo que não seja explicito em todos os quadros. Sartre já dizia que o espectador traduz o sentido da obra de acordo com que consegue alcançar tendo em vista suas próprias experiências. Cada pessoa deve ser autor de suas visões. Delacroix já dizia que “a execução na pintura deve sempre ter improvisação”. O fim não necessariamente deve ser igual ao começo. Mesmo antes de me formar alguns anos atrás na turma técnica de Artes Visuais Basileu França e expor em vários locais já produzia intensamente meus desenhos e quadros, vendia e participava de exposições. Agora o momento é das cores quentes, vibrantes, com pequenas camadas de nebulosidade e escuridão; o mistério na pele exposta. O paradoxo como raiz. Edifício em escombros – outra imagem contida nas telas. Disse numa entrevista que concedi em março de 2010 para Law Tissot do Rio Grande do Sul que grande parte do meu processo de criação “ é contra o sono, o marasmo e o pensamento reacionário” e que a “ arte tem que fugir do lugar comum e da mesmice.” Ainda concordo com isso, mas prolongo esse pensamento dizendo também que arte é a beleza plena andando na corda bamba sem medo algum. “É preciso dar o sangue”. Estar ligado com seu tempo. Ousar, sentir, subverter, implodir e explodir. Millet estava certo. Na arte não há espaço para covardes e minha pintura é o retrato vivo dos olhos que lacrimejam sem medo, do carinho terno das manhãs sem pudor e o beijo colhido na poesia feroz e delirante de alguns pensadores.


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