Por Alexandre Mendes
Santo Dias da Silva, operário paulista, foi um dos grandes exemplos na luta pelos direitos dos metalúrgicos, durante a ditadura militar. Nascido em Terra Roxa, no interior de São Paulo, em 22 de fevereiro de 1942. Trabalhava na roça de café, com seu pai e irmãos, como meeiro.
A partir de 1960, Santo e outros trabalhadores da Fazenda Guanabara mobilizaram-se contra a forma de participação nos lucros da colheita (obtinham o alimento no armazém fiado durante o decorrer do ano e recebiam pouco dinheiro, após descontos). O dono da fazenda dispensou sua família e as demais que participaram do movimento.
Mudou-se para Viradouro e passou a trabalhar com sua família como bóia-fria. Tentou lutar por condições melhores no novo ofício e foi novamente dispensado.
Em outubro de 1962, deixou sua família e foi tentar a sorte na capital. Conseguiu um emprego de ajudante geral na Metal Leve, empresa de componentes metalúrgicos. Participou de sua primeira greve por aumento salarial e instituição do 13º. Aquele ambiente politizado (metalúrgicos) mudou seu destino...
Casou-se em 1965, ano em que nasceu seu primeiro filho. Em 1967, participou da formação da Oposição Sindical, que consistia na idéia de um comando gerado dentro de cada fábrica. O movimento contava com a participação de católicos, marxistas e operários independentes. Ainda nesse ano, nasce sua filha.
A partir de 1960, Santo e outros trabalhadores da Fazenda Guanabara mobilizaram-se contra a forma de participação nos lucros da colheita (obtinham o alimento no armazém fiado durante o decorrer do ano e recebiam pouco dinheiro, após descontos). O dono da fazenda dispensou sua família e as demais que participaram do movimento.
Mudou-se para Viradouro e passou a trabalhar com sua família como bóia-fria. Tentou lutar por condições melhores no novo ofício e foi novamente dispensado.
Em outubro de 1962, deixou sua família e foi tentar a sorte na capital. Conseguiu um emprego de ajudante geral na Metal Leve, empresa de componentes metalúrgicos. Participou de sua primeira greve por aumento salarial e instituição do 13º. Aquele ambiente politizado (metalúrgicos) mudou seu destino...
Casou-se em 1965, ano em que nasceu seu primeiro filho. Em 1967, participou da formação da Oposição Sindical, que consistia na idéia de um comando gerado dentro de cada fábrica. O movimento contava com a participação de católicos, marxistas e operários independentes. Ainda nesse ano, nasce sua filha.
A sucessão de greves e passeatas ocorridas no ano de 1968, resultaram no endurecimento da ditadura e a institução do AI-5. A Oposição Sindical lança a chapa verde, concorrendo às eleições do Sindicato, mas perde, devido às propostas populistas da chapa situacionista. As greves se alastram por São Paulo e Minas Gerais e a polícia recrudesce e ocupa os locais. Santo Dias, além de estar envolvido com a oposição do Sindicato dos Metalúrgicos, torna-se líder comunitário onde residiu na época (Jardim Margarida). Lembra a esposa dele, Ana Maria do Carmo Dias: " Nessa época, a repressão era tanta que a gente ia comprar pão na padaria juntos, eu e o Santo, com medo de ser presos se fôssemos sozinhos".
Em 1972, Santo foi trabalhar na Burndy do Brasil, onde organizou a comissão de fábrica, mas foi demitido. A Oposição Sindical Metalúrgica criou o grupo chamado Interfábricas. Santo Dias teve uma significativa participação no projeto. Passava madrugadas panfletando em portas de fábricas, com sua mulher e ajudava os moradores da sua comunidade.
Em 1973, intensificam o número de greves. Santo volta a trabalhar na Metal Leve. A Oposição é atingida pela prisão de cinquenta militantes em 1975, anulando a possibilidade de concorrer às eleições do ano. Entretanto, sob o lema "Trabalhar dentro da fábrica", promoveram ações nas comunidades, com a reivindicação de escolas, creches, água, luz, regularização dos loteamentos clandestinos e contra o alto custo de vida. Criaram fundos de greves, prestando ajuda aos que perdiam o emprego.
Em julho de 1978, a Oposição concorre às eleições com Santo para vice. Em 1978, perde o emprego na Metal Leve, estratégia dos situacionistas, a fim de impedir sua candidatura. Consegue às pressas um emprego na Alfa Brás. As eleições acontecem, mas a chapa situacionista vence, por meio de fraude: " ...via-se claramente que a urna e os votos tinham sido trocados. Uma pessoa só fez o x nas cédulas." Tentaram três mandados de segurança contra a posse irregular e perderam. Santo Dias é demitido da Alfa Brás em 1979. A repressão intensifica e Santo assume o comando das greves, como um de seus integrantes. Decidiu ajudar em um piquete à frente da Fábrica Sylvania, em 30 de outubro de 1979. Com a prisão de um dos grevistas, Santo pediu que o soltassem, mas foi negado seu pedido. Conformado, deu às costas para a polícia. O policial militar Herculano Leonel, sem motivo aparente, apontou sua arma para Santo Dias e lhe deu um tiro nas costas. Os soldados jogaram seu corpo no camburão e o levaram para o Pronto-Socorro, já sem vida. Parentes e amigos correram para lá, afim de evitar que seu corpo sumisse. Seu enterro foi concorrido, com discursos, inclusive o do sindicalista Lula.
A partir daí, todos os anos, no dia 30 de outubro, às 14:00(horário de sua morte), pintam de vermelho, em frente à Fábrica Sylvania:
"Em 30 de outubro de 1979, aqui foi assassinado pela PM o operário Santo Dias da Silva, defendendo os direitos da classe trabalhadora".
Depois caminham até seu túmulo, onde prestam homenagens.
Em 1972, Santo foi trabalhar na Burndy do Brasil, onde organizou a comissão de fábrica, mas foi demitido. A Oposição Sindical Metalúrgica criou o grupo chamado Interfábricas. Santo Dias teve uma significativa participação no projeto. Passava madrugadas panfletando em portas de fábricas, com sua mulher e ajudava os moradores da sua comunidade.
Em 1973, intensificam o número de greves. Santo volta a trabalhar na Metal Leve. A Oposição é atingida pela prisão de cinquenta militantes em 1975, anulando a possibilidade de concorrer às eleições do ano. Entretanto, sob o lema "Trabalhar dentro da fábrica", promoveram ações nas comunidades, com a reivindicação de escolas, creches, água, luz, regularização dos loteamentos clandestinos e contra o alto custo de vida. Criaram fundos de greves, prestando ajuda aos que perdiam o emprego.
Em julho de 1978, a Oposição concorre às eleições com Santo para vice. Em 1978, perde o emprego na Metal Leve, estratégia dos situacionistas, a fim de impedir sua candidatura. Consegue às pressas um emprego na Alfa Brás. As eleições acontecem, mas a chapa situacionista vence, por meio de fraude: " ...via-se claramente que a urna e os votos tinham sido trocados. Uma pessoa só fez o x nas cédulas." Tentaram três mandados de segurança contra a posse irregular e perderam. Santo Dias é demitido da Alfa Brás em 1979. A repressão intensifica e Santo assume o comando das greves, como um de seus integrantes. Decidiu ajudar em um piquete à frente da Fábrica Sylvania, em 30 de outubro de 1979. Com a prisão de um dos grevistas, Santo pediu que o soltassem, mas foi negado seu pedido. Conformado, deu às costas para a polícia. O policial militar Herculano Leonel, sem motivo aparente, apontou sua arma para Santo Dias e lhe deu um tiro nas costas. Os soldados jogaram seu corpo no camburão e o levaram para o Pronto-Socorro, já sem vida. Parentes e amigos correram para lá, afim de evitar que seu corpo sumisse. Seu enterro foi concorrido, com discursos, inclusive o do sindicalista Lula.
A partir daí, todos os anos, no dia 30 de outubro, às 14:00(horário de sua morte), pintam de vermelho, em frente à Fábrica Sylvania:
"Em 30 de outubro de 1979, aqui foi assassinado pela PM o operário Santo Dias da Silva, defendendo os direitos da classe trabalhadora".
Depois caminham até seu túmulo, onde prestam homenagens.
Santo Dias era um homem inconformado com as mazelas do sistema e não deixou se dobrar.
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