domPor: Alexandre Mendes
Por Alexandre Mendes
O rapaz ficou furioso e confuso com a confissão de sua mâe. - Como assim? O pai sabe disso?
Nonó continuava de cabeça baixa. - Eu trabalhei na faxina da fazenda quando chegamos aqui. E, meu filho, você sabe muito bem que ninguém podia dizer não para aquele desgraçado. Não, seu pai não sabe de nada até hoje. Mas eu acho que a gente tem que dar o fora daqui, o mais rápido possível. Deixa eu cuidar de sua orelha. Isso está horrível. - E realmente o sangue não parava de jorrar.
Nonó foi até o canto do cômodo, onde estava uma sacola plástica velha cheia de bugingangas. Revirou os cacarecos da bolsa e tirou uma calça jeans velha que tinha sido de Seu Alcebíades. Bateu o trapo na janela, passando por cima do cadáver. Pegou uma garrafa de aguardente guardada entre a bolsa e a parede. Pediu que Odimar se abaixasse para que ela pudesse limpar a ferida. Jogou o líquido diretamente na carne exposta, fazendo com que o filho desse um berro de dor. Amarrou o jeans velho em volta da testa de Odimar para proteger a ferida. – Muito obrigado, minha mãe.
O rapaz levantou-se do chão e se dirigiu até o corpo de Sebastião. Pegou a pistola do velho. Era uma Glock, calibre 380. Enfiou na cintura. Revirou os bolsos do morto e catou tudo que tinha dentro. Um maço de cigarros pela metade, um isqueiro, um pente de bala e 100 reais. Enquanto isso, Nonó encheu o cantil de água, pois sabia que precisariam se hidratar durante a fuga. Odimar deu o revólver velho para a mãe e saiu do casebre, com a pistolaem riste. A mãe veio logo atrás. Desamarrou o puro sangue do pé de manga e ajudou Nonó a montar no cavalo. Pôs o pé no estribo e posicionou seu corpo sobre o dorso do animal. - Segura em mim que eu vou te levar até o pai.
Nonó abraçou seu filho sem largar o revólver. Odimar colocou a pistola na cintura e tocou o bicho em direção ao rio, a trilha que antes ele havia percorrido a pé. O trajeto entre pés de juazeiro e outros arbustos dificultara um pouco a viagem a cavalo. Levaram aproximadamente duas horas para chegar até a cabana de Odimar.
Nonó desceu do cavalo: suas costas doíam por causa da viagem. – Nunca gostei de cavalo. – Disse ela.
Alcebíades saiu da casa e correu até Nonó. Seu braço ainda estava na tipóia, um pouco menos inchado. – Então tudo correu bem até aqui?
Odimar lembrou-se da confissão de sua mãe e abraçou o velho. – Eu te amo, pai. Não foi fácil chegar aqui. Eu tive que matar.
- Matar? Quem você matou? – Perguntou o pai.
- Ele, pai. Seu Sebastião. O desgraçado arrancou a minha orelha com essa pistola aqui. Então eu dei um tiro na testa dele.
Alcebíades abraçou mais forte o filho, com o braço saudável. – Isso não importa. O mais importante é que vocês estão aqui comigo. Vamos fugir para bem longe daqui.
O rapaz ficou furioso e confuso com a confissão de sua mâe. - Como assim? O pai sabe disso?
Nonó continuava de cabeça baixa. - Eu trabalhei na faxina da fazenda quando chegamos aqui. E, meu filho, você sabe muito bem que ninguém podia dizer não para aquele desgraçado. Não, seu pai não sabe de nada até hoje. Mas eu acho que a gente tem que dar o fora daqui, o mais rápido possível. Deixa eu cuidar de sua orelha. Isso está horrível. - E realmente o sangue não parava de jorrar.
Nonó foi até o canto do cômodo, onde estava uma sacola plástica velha cheia de bugingangas. Revirou os cacarecos da bolsa e tirou uma calça jeans velha que tinha sido de Seu Alcebíades. Bateu o trapo na janela, passando por cima do cadáver. Pegou uma garrafa de aguardente guardada entre a bolsa e a parede. Pediu que Odimar se abaixasse para que ela pudesse limpar a ferida. Jogou o líquido diretamente na carne exposta, fazendo com que o filho desse um berro de dor. Amarrou o jeans velho em volta da testa de Odimar para proteger a ferida. – Muito obrigado, minha mãe.
O rapaz levantou-se do chão e se dirigiu até o corpo de Sebastião. Pegou a pistola do velho. Era uma Glock, calibre 380. Enfiou na cintura. Revirou os bolsos do morto e catou tudo que tinha dentro. Um maço de cigarros pela metade, um isqueiro, um pente de bala e 100 reais. Enquanto isso, Nonó encheu o cantil de água, pois sabia que precisariam se hidratar durante a fuga. Odimar deu o revólver velho para a mãe e saiu do casebre, com a pistola
Nonó abraçou seu filho sem largar o revólver. Odimar colocou a pistola na cintura e tocou o bicho em direção ao rio, a trilha que antes ele havia percorrido a pé. O trajeto entre pés de juazeiro e outros arbustos dificultara um pouco a viagem a cavalo. Levaram aproximadamente duas horas para chegar até a cabana de Odimar.
Nonó desceu do cavalo: suas costas doíam por causa da viagem. – Nunca gostei de cavalo. – Disse ela.
Alcebíades saiu da casa e correu até Nonó. Seu braço ainda estava na tipóia, um pouco menos inchado. – Então tudo correu bem até aqui?
Odimar lembrou-se da confissão de sua mãe e abraçou o velho. – Eu te amo, pai. Não foi fácil chegar aqui. Eu tive que matar.
- Matar? Quem você matou? – Perguntou o pai.
- Ele, pai. Seu Sebastião. O desgraçado arrancou a minha orelha com essa pistola aqui. Então eu dei um tiro na testa dele.
Alcebíades abraçou mais forte o filho, com o braço saudável. – Isso não importa. O mais importante é que vocês estão aqui comigo. Vamos fugir para bem longe daqui.
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