O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

sábado, 20 de novembro de 2021

A presença do simbolismo ainda latente


O engodo

   Um homem teve o mesmo sonho três vezes seguido, um ciclo. Neste sonho via a si mesmo como uma criança como qualquer outra, brincando com objetos geométricos. Era sempre noite quando a criatura aparecia, dizendo coisas em uma linguagem hipnótica. Na primeira vez que sonhou, não sabia decifrar o significado de tais palavras, mas não tinha medo  mesmo sendo apenas uma criança encarou a criatura, enquanto o relógio badalava mais alguns segundos e o tempo escorria lento, sabia que estava num sonho e seu corpo real estava na cama.

    Apenas alguns segundos se passaram dentro do sonho e a criatura continuava proferindo seu mantra: “revelare / semita autem revelare / est mortis”. Mas as horas dentro de um sonho diferem das horas do mundo da realidade.

    Acordou e olhou o relógio, eram seis da manhã. Tenho que ir trabalhar. Enquanto se arrumava ficou pensando naquele sonho que tivera e no que possivelmente este sonho estava querendo lhe dizer, pois em toda sua vida até o presente momento, nunca tivera um sonho tão estranho e misterioso.

    O tempo passa e cumprida à rotina do dia a dia, mas uma vez o home adormece e sonha o mesmo sonho de antes. Ao acordar, são seis da manhã em ponto. “Estranho, o mesmo horário de ontem e o mesmo sonho” disse. Enquanto se arrumava ficou pensando novamente no que poderia significar aquela linguagem que a criatura proferia e que ele não conseguia identificar, mas nada do que pensou trouxe uma possível resposta. Tenho que ir trabalhar.  O dia transcorre normalmente e nada de anormal acontece. Apenas a mesma rotina.

    Mas uma vez o homem adormece e tem o mesmo sonho de dois dias atrás. Só que ao despertar o relógio marca meia noite dessa vez. Com o sonho ainda fresco na memoria e sentindo um calafrio repentino, corre direto para espelho pendurado em algum canto de seu quarto. Através do espelho vê sua cama e seu coração gela com o que é visto na cama.  Seu próprio corpo jazia ali imóvel. 

                                                                                                   (texto por David Beat 


 

domingo, 8 de agosto de 2021

Bater punheta na poeta do precipício - POESIA PODRE

 Por: Diego El Khouri


bater punheta na porta do precipício
chafurdar na lama, comer cocô e engolir vômito
cuspir em todas as leis, mesmo aquelas que eu criei
rasgar contratos, fazer gato na energia
ignorar estado, tv, igrejas, netflix
queimar racista dentro do culto ou da missa
não importa se é de noite ou de dia
se você vai gostar ou odiar
esquartejar a cara falsa e moralista
da sociedade cínica e vil

sísmico peido de coisa podre e doente...

arcabouço de experiências
vividas no inferno
letargia absoluta, alcoólica
(desconexo)
monóxido de carbono
cheiro de gasolina e batata frita
e essa vontade de cagar
na boca voluptuosa da moralidade.

* Poema retirado do livro Poesia Podre lançado pela Editora Merda na Mão.


Livro Impresso: Poesia Podre
Autores: Alexandre Chakal, Diego El Khouri e Fabio da Silva Barbosa
Gênero:  Poesia  
Formato: 14X21  | ANO: 2020 
Páginas:  50
Capa: cartão 300 c/ laminação brilho
Arte da capa: Guga Burkhardt
Miolo: offset fosco

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

CAVIDADE, livro de ALEXANDRE MENDES

 

CAVIDADE, livro de ALEXANDRE MENDES


Alexandre Mendes foi um dos primeiros apoiadores da ideia Coletivo Zine. Quando a ideia surgiu, de imediato animou a participar. Assim, esteve presente ativamente nas três edições impressas que foram lançadas, colaborando com textos, ilustrações, HQs, e ajudando na impressão e distribuição dos zines.

Infelizmente, esse grande artista e ser humano nos deixou em 2017. Como Alexandre já havia enviado material pra uma possível quarta edição, foi então lançada na época uma edição especial do Coletivo Zine, uma coletânea de suas participações. Foi feita também nesse blog uma devida homenagem.

E agora, a Editora Merda Na Mão, uma iniciativa de outros dois importantes participantes do Coletivo Zine, Diego El Khouri e Fabio da Silva Barbosa, lança o livro CAVIDADE, reunindo textos marcantes do Alexandre. Uma obra imperdível para os apreciadores de literatura underground autoral.

Mais informações sobre o livro e para contatar a Editora: https://editoramerdanamao.blogspot.com/2020/12/cavidade-obra-postuma-do-alexandre.html e editoramerdanamao@gmail.com .