O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

domingo, 30 de abril de 2017

Memórias de um operário VIII

Por: Alexandre Mendes

  Já estava de saco cheio de trabalhar na entrega da lanchonete.  O que mais me aborrecia era que todos os funcionários efetivados no estabelecimento, queriam mandar nos entregadores. Nós éramos membros de uma cooperativa e não tínhamos carteira assinada. Qualquer vacilo, até logo! Muito inseguro...

Como sou um cara bem comunicativo, conheci o gerente de uma lanchonete da zona sul de Niterói. O cara pegava o ônibus comigo, no ponto da Roberto Silveira, na volta do trabalho.

Um dia, Juarez me disse que abririam uma nova lanchonete, em Itaipú e, me perguntou se eu gostaria de trabalhar, no tal estabelecimento.

- Claro que sim. – Respondi.

Apresentei-me, com os meus documentos na lanchonete, aonde Juarez era gerente.  Disseram-me, o dia em que eu deveria me apresentar para o treinamento.

Tinha que arrumar uma desculpa para ser dispensado da entrega, antes do dia de apresentação no emprego novo. Esperei o momento certo, isto é, um dia antes da apresentação.

Havia um outro subgerente, que era insuportável. Metido a dar esporro, nenhum de nós, entregadores, gostávamos dele.

Fui fazer uma entrega e quando voltei para a lanchonete, já era meia noite. As portas já estavam cerradas. Cheguei recolhendo minha bicicleta no depósito. Hora de ir embora.

- Leva essa entrega, aqui! – Disse o subgerente, arrogante como sempre.

- Não! Já deu a minha hora! Vocês vão me pagar hora extra?

- Guarda a bicicleta e não vem trabalhar, amanhã. Liga umas dez horas, pra ver o quê a gente resolve, aqui, sobre o seu destino. – Disse ele.

- Então vou fazer melhor: Vou largar a bicicleta, aqui mesmo, e não volto nunca mais.

O subgerente ficou meio desajeitado e disse:

- Então, tchau!

Apresentei-me no dia seguinte no emprego novo. O dono decidiu que eu seria o chapeiro.


E foi assim que assinei a minha carteira novamente, depois de longos anos sem contribuir para o nosso falido INSS.

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