Por Alexandre Mendes
Como vai, velho canalha!
Por muitos anos, dia após dia,
enchi teu bolso de alegria
na minha carteira, quase nada
suor pingando; garganta seca
trabalhei duro; sol escaldante
e você lá no restaurante,
tacinha de uísque sobre a mesa
Como vai, velho safado!
Por muitos dias, ano após ano,
me usou bastante e deu o cano
Lamentei desamparado
mão com bolha a calejar,
pé descalço e rachado
e você lá no Corcovado
com sua prole a passear
Como vai, seu velho fútil!
Depois de anos e alguns dias
me sugando as energias
transformou-me em um inútil
quando pensei em parar,
vi que não contribuía,
negada aposentadoria
continuou a me explorar
Como vai, velho imundo!
Vai como, velho picareta!
Espero um dia te encontrar sentado
no colo em brasas do capeta!
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