Por Fabio da Silva Barbosa
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Fico vendo as pessoas com medo. É medo de andar, de se mover, de sair, de lutar, de pensar, de questionar, de se libertar, de não ser mais um. Medo de se conhecer, de ser único… Medo de ser. Um medo implantado desde sempre, junto de mentiras, de ilusões. Medo de sonhar, de ver o real, de ir pra rua, de se machucar, de se expor, de errar… Medo + medo + medo + mentira + medo + mentira + falsidade + medo + falácias + medo + medo… + muito medo. O medo de morrer trás uma vida morta. O medo de se ferir nos transforma em ferida exposta. Se afogando no mar do medo. Tempestades de pavor. Pânico total. O temor de tudo. Medo da natureza, da cidade, do inesperado, do caos. Medo da mudança. Sufocados pela rotina, injetam doses de conformismo e bundamolismo. Nada, nada, nádegas. Desligar a tv e ir para a rua é muito perigoso, diz o noticiário. Sair do computador e existir fora do virtual é viver e viver é muito perigoso. Necessidade contínua de proteção. Empresas enriquecendo com a proteção, vendendo segurança. Abrem mão da liberdade para ter a falsa sensação de proteção. Pensar deixa inseguro, então paremos de pensar. Pensar para que? Deixem que pensem por vocês. Mas ninguém pergunta: Quem são esses protetores? De quem ou de que eles te protegem? Quem te protege dos protetores? O que eles realmente estão protegendo? Será que é realmente você? Aí se criam intelectuais que são contra pensar, libertários aprisionados, esquerdas de direita, mentiras + mentiras + mentiras + mentiras… E ninguém sabe nada. Medo por toda parte. Muitos medos. A patologia do medo. A sociedade do medo. Medo. Medo travestido de raiva, de racismo… preconceitos mil. Medo da coragem e medo do medo. Medo medonho. Medo, grades, cercas, arames, marginalidade, exclusão… Medo.
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