Por Fabio da Silva Barbosa
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andando pela cidade suja
leio a poesia torta dos bêbados
aprecio o balé louco dos viciados
vejo atos finais dos destrutivos
saboreio o gosto da poluição
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andando pela cidade suja
não importa a hora
não importa o momento
ninguém se importa
com ninguém
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andando pela cidade suja
leio contos libertinos
aprecio esculturas em grades de presídios
vejo muitos cegos, surdos e loucos
saboreio o gosto da peste
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andando pela cidade suja
degustar o sabor da derrota
é apenas viver mais um dia
sambando nessa avenida
entre lixos e restos
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andando pela cidade suja
leio versos de quem já não consegue amar
aprecio a dança frenética dos ansiosos
vejo histórias em mesas e balcões
saboreio azedo paladar
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andando pela cidade suja
olho nos olhos da morte
em cada esquina que dobro
em cada rua que passo
em cada passo que dou
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