Sofistas, Dialéticas, Retóricas e Idiossincrasias
Por Fabio da Silva Barbosa
Sempre rolam aquelas coisas estranhas a nossa volta e a gente fica assim... viajando... pensando se quilo aconteceu mesmo ou é fruto de nossa imaginação. Fatos que por alguma razão nos causam estranheza ou de alguma forma nos chamam a atenção. Conversas pitorescas, diálogos que pegamos de passada e nos colhem de surpresa. Tudo muito gracioso e fugaz.
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Ele se aproximou, coçou a barba suja e lançou:
- Me arruma um troco.?
O outro respondeu sem jeito:
- Não tenho.
- Tudo bem.
Quando ele se afastou ainda coçando a barba, o outro disse:
- Boa Sorte.
Ele olhou de volta murmurando:
- Não acredito nisso.
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O pai sacode o filho:
- Vamos lá, rapaz, acorda. Tá na hora de trabalhar.
O filho tira a cabeça debaixo do cobertor e solta o lamento
- Não consigo.
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- Eu acho!
- Eu não!
- Mas você está errado!!
- Posso discordar?
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- Sonhei com você outra noite.
- E como foi o sonho?
- É que na verdade sempre penso em você.
- É mesmo? Pensa?
- É que na verdade... Deixa pra lá...
- Vai... Diz...
- Não... Deixa...
- Começou, tem de acabar.
- Quer mesmo saber???
- Claro... Ué....
- É que já toquei várias punhetas pensando em você.
- ...
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- Vou parar de beber e fumar
- Por que vai fazer uma merda dessas?
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- É isso! Tô dizendo!
- Vou ficar numa saudável dúvida.
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- Você não pode continuar assim... Tem de dar um jeito nisso.... Tá parecendo mais velha que eu.
- Não tem mais jeito.
- Mas assim você vai morrer...
- Todo mundo vai.
- Eu sei... O que tô dizendo é que, desse jeito, talvez seja a última vez que esteja te vendo com vida. Você está destruída, tá doente, tá morrendo.
- Eu sei... Mas não tem saída. Vai ser assim.
- Então tá bem. Pelo menos me dá um abraço, pois este pode ser o último abraço que consiga lhe dar em vida.
Os dois se abraçaram na chuva.
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