O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Correntes a tilintar


Por Fabio da Silva Barbosa

Nasci naquele morro
Onde os barulhos de tiros são canções de ninar
O terror algo corriqueiro
Estamos entre os de lá e os de cá

Não tínhamos água ou luz
O esgoto corria solto
Insetos e ratos já não assustavam
Nossas pernas feridas corriam pelo campinho

Fomos crescendo e dando um jeito
Puxamos fios e canos
Já não precisávamos dos galões ou temíamos a noite
Os barracos cresciam ao redor

Nascemos na contravenção
Da informalidade veio nosso pão
Mas os de lá não podiam permitir nossa sobrevivência
Tinham uniformes para nos matar

Já era um homem muito velho
Que aprendeu a resistir naquele lugar
Quando vieram as máquinas oficiais
Dizendo que nossos barracos iam derrubar

Olhei pros meus filhos revoltados
Meus netos muito assustados
Os olhos enchendo d’água
Estava apanhando de um soldado

Nenhum comentário:

Postar um comentário