O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.

domingo, 29 de dezembro de 2019

Sem querer cair no Vazio

Sem querer cair no Vazio.
Mas o que é o vazio além do cheio de nada?
Por Fabio da Silva Barbosa

Os contrários, muitas vezes, vivem juntos, unidos. Antíteses se enroscando em verdadeiros relacionamentos sexuais. Certas coisas são básicas e podem quase ser chamadas de verdades – mesmo a verdade e a mentira estando, muitas vezes, tão próximas, como quase todas as oposições. 
Nossa condição no mundo, por exemplo:  Ao mesmo tempo em que estamos juntos, sendo parte de um todo, estamos separados. Chegamos ao mundo sozinhos e vamos do mesmo jeito. Mesmo se tivermos irmãos gêmeos, nascemos um de cada vez. O momento do nascimento será único para cada um. Mesmo se morrermos em um grande acidente com várias pessoas, a morte será diferente para cada um. Mesmo se morarmos com outras pessoas, a solidão faz parte e é necessária, assim como os demais seres viventes que nos cercam. Tudo é preciso. Estar só e acompanhado. Tudo tem seu momento.
    Poderíamos também falar sobre o amor que vira ódio e o prazer que vira tortura ou se torna indiferente. O filantropo que assassinou. O bom homem que se envolveu em crimes hediondos ou em atitudes inescrupulosas. Será que ele sempre foi um bom homem ou apenas usava máscaras? Será que estava tudo ali dentro ao mesmo tempo? Quem sabe sobre seus conflitos internos? Tudo habita em nós. A tristeza, a melancolia, a ternura... Será? No momento acredito que sim. 
O louco e o são: Quem determina quem é quem? Os remédios são para curar ou para fazer com que nos comportemos e pensemos iguais? Podem existir ambos os casos. Afinal, um médico moralista está tão habilitado para avaliar a saúde mental quanto um fanático religioso. Por mais que ele tenha estudado, lido, as informações são ferramentas que podem ser utilizadas de acordo com suas convicções, verdades/mentiras, com sua cultura.  
Uma pessoa que se enquadra em uma sociedade como a nossa (egoísta, competitiva, hipócrita...) pode ser considerada saudável? E uma que não se enquadra pode ser considerada doente? Uma pessoa crente que o homem foi feito do barro e a mulher de sua costela pode ser considerada lúcida enquanto a outra que não acredita em histórias fantásticas e folclóricas como esta deve ser considerada...? 
Quem atinge o nível da iluminação, chegando ao nirvana, está mesmo tão distante dos que nada sabem, ou apenas entendeu que é um deles? Só sei que nada sei, mesmo assim estou melhor que os outros, pois pelo menos disso eu sei. É possível estar melhor, ou apenas estão em situações/estados diferentes? Como se mede esse tal de melhor ou pior? Quem conhece de verdade e quem desconhece? Quem sabe? E indo mais longe: Quem determina quem sabe? O conhecimento virou um status, a formação de uma elite? Estamos novamente diante de um contraste?     
E estas supostas contradições: Seriam naturais, frutos do ser humano e suas peculiaridades? Resultado do adestramento que recebemos desde a infância e que não condiz com a realidade, com a natureza? Não é tão inviável este questionamento, já que o próprio conceito de realidade se torna duvidoso em nossa sociedade. O que é a realidade? Estudar, trabalhar, casar, ter filhos , envelhecer em frente a tv, se entupir de transgênicos, pagar plano de saúde, adoecer e morrer? Não me parece razoável. 
     

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