Por Fabio da Silva Barbosa
Assisti seu corpo caindo de cara no chão
Vi sua mente dilacerada
sem reconhecer o irmão
O frio bate forte
nessa cidade triste
sem espaço para mim ou você
Percebi quando mataram aquele pequeno bebê por ser um
índio
Fechei os olhos para não ver o espancamento do pedinte
Tentei me enquadrar, mas o cheiro de sangue não permitia
Não consegui absorver
a crueldade
do bem sucedido
Não quero participar de mais este linchamento
Não quero me preencher com todo excremento
Não posso ser mais um isento
Assisti aquela menina
se deteriorar em todo caos
enquanto ordinários assinavam novas leis
O garoto dorme novamente com fome
O homem vira fera
pior que o lobisomem
As flores estão murchas
e as frutas podres
como todas estas mentes torpes
As pessoas agem como se estivesse tudo certo
A ignorância é o passe para o cidadão de bem
Seja parte e se torne um inseto
Que os insetos me perdoem
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