O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.
domingo, 16 de dezembro de 2012
LUZ PENETRANTE
(Por Diego EL Khouri)
I
A visão pálida a vislumbrar todas as estrelas
brilhantes que rasgam o céu
mulher de pele desguarnecida
arrebol e nuvens que transam
penetrando cores e desenhos
sentinelas a perscrutar o frêmito
do tempo na alvorada reluzente
e pergunto a quem pode
corromper na resposta
todos os ensinamentos tolos da vida
e pergunto e não tenho saída
ébrio que bebe o mijo
dos antigos surrealistas
para mascarar a viagem
em dia e noite
o sol a brilhar a praia
espuma branca
e o cheiro da cannabis
que envolve e chama
e pergunto e não vejo saída
apenas a luz
de seu olhar penetrante
a forma como anda
e transparece uma malícia radiante
pura poesia boba
copo de cerveja pela metade
lábios unidos em volúpia
porre em noite enluarada
a solidão do quarto
e uma mijação sem parar que não acaba
por que olho e não reparo
as cicatrizes que desenham sua face?
caminho da praia sua casa
em todo bar e sarau te encontro
mas prefiro zonas vulgares
rainha alada, saiba que o poeta
nasceu para xingar-berrar-gritar
romper limites e barreiras
é o que eu tenho falado
e não veja em mim uma saída
nem me roube todo pecado
II
São olhos, olhos de intensa luz...
Brilho inefável que não cessa...
Um bocejo aqui e logo ali a janela
a suspirar lembranças de amor...
Uma gota de orvalho nas pétalas.
Tudo tem começo, meio, fim.
Comigo foi tudo muito rápido enfim.
Pássaro sem asas caído por aí
jogando-se em becos e bares
bebendo até a última gota do barril.
Comigo foi tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.
Tudo muito rápido sim.
Muito rápido enfim.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
POEMA ESCRITO E DECLAMADO POR DIEGO EL KHOURI E NO VIOLÃO IVAN SILVA
DOUGLAS HONÓRIO HIPPIE
(Por Diego EL Khouri)
douglas bêbado atravessa a esquina
seus olhos se escurecem na avenida
douglas sóbrio toma estre-quinina
seus olhos se entorpecem na clínica
douglas católico reza na latrina
seus olhos atravessam a avenida
douglas católico reza na latrina
seus olhos atravessam a avenida
douglas monódico anda sozinho
seus olhos não enxergam um amigo
douglas honório mora sozinho
seus olhos aprisionam o abrigo
douglas menino vive perdido
seus olhos no amor tem se esquecido
douglas honório bêbado na esquina
seus olhos nbão reconhecem a avenida
douglas farofeiro invade as esquinas
seus olhos protegem a mochila
douglas hippie está com larica
seus olhos procuram muita comida
douglas hippie está com labirintite
seus olhos não tem mais vinte
douglas hippie está na velhice
seus olhos parecem dois alpistes
douglas bêbado toma a sua pinga
seus olhos na cachaça se abrigam
douglas no flower power insiste
seus olhos no amor ainda persistem
douglas hippie atravessa a esquina
seus olhos se escurecem na avenida
douglas hippie estatelado na esquina
seus olhos enxergam o carro em cima
douglas hippie perdeu sua vida
seus olhos embrulham toda a utopia.
douglas bêbado atravessa a esquina
seus olhos se escurecem na avenida
douglas sóbrio toma estre-quinina
seus olhos se entorpecem na clínica
douglas católico reza na latrina
seus olhos atravessam a avenida
douglas católico reza na latrina
seus olhos atravessam a avenida
douglas monódico anda sozinho
seus olhos não enxergam um amigo
douglas honório mora sozinho
seus olhos aprisionam o abrigo
douglas menino vive perdido
seus olhos no amor tem se esquecido
douglas honório bêbado na esquina
seus olhos nbão reconhecem a avenida
douglas farofeiro invade as esquinas
seus olhos protegem a mochila
douglas hippie está com larica
seus olhos procuram muita comida
douglas hippie está com labirintite
seus olhos não tem mais vinte
douglas hippie está na velhice
seus olhos parecem dois alpistes
douglas bêbado toma a sua pinga
seus olhos na cachaça se abrigam
douglas no flower power insiste
seus olhos no amor ainda persistem
douglas hippie atravessa a esquina
seus olhos se escurecem na avenida
douglas hippie estatelado na esquina
seus olhos enxergam o carro em cima
douglas hippie perdeu sua vida
seus olhos embrulham toda a utopia.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
sábado, 17 de novembro de 2012
BODISATVA SAFADO
(Por Diego EL Khouri)
I
E que ninguém ouse frear essa língua! Que as sete pragas venham por sobre a cabeça de quem o tentar!
Alexandre Mendes
Alexandre Mendes
Nasci torto
desgarrado
filho errado
poeta embriagado
bodisatva safado
demônio enjaulado
o hermético soldado
perante grades malfadadas
perante grades malfadadas
um siso ferido carcomido
nas geleiras polares
cristo perdido e sozinho
sem um único amigo ou vizinho
querem ver-me aprisionado
aqueles que me tem carinho
mas quem me levou
a terra dos ordinários
só pode querer ver-me
aprisionado
anjo errado
desgarrado
imaculado
deus torto
louco
embriagado.
II
Nada como voltar e ainda encontrar os pedaços.
Ivan Silva
carrego em mim
todos os sofismas humanos
todos os vícios inconfessáveis
todas as chagas sentidas
todos os sonhos inefáveis
um olhar que não se fecha
à luz que não vem
becos imundos também
não posso ficar só
a convulsão da noite me maltrata
sou
só
Armagedom inevitável
que a poesia cria
"bendito é o fruto
do vosso ventre"
que cospe rajadas de inferno
amém
chuá chuá chuá chuá
mar mar mar mar
me enrolo em seus cabelos
em qualquer beco
avenida anhanguera e jacarepaguá
sou pedra no sapato
bodisatva safado
arcanjo e diabo
a nota imunda na mão do otário
a poesia sem conteúdo
pois falta pecado
sou a vida enfraquecida
na morte cheia de agonia
um bêbado alegre e querido
amando mulheres lindas
perdidas em algumas clínicas, delegacias
ou escondidas atrás da bíblia
ou em algum emprego vazio
às margens do abismo
aqui portanto mais um capítulo
do diário perdido
num botequim qualquer
do meu brasil.
Ivan Silva
carrego em mim
todos os sofismas humanos
todos os vícios inconfessáveis
todas as chagas sentidas
todos os sonhos inefáveis
um olhar que não se fecha
à luz que não vem
becos imundos também
não posso ficar só
a convulsão da noite me maltrata
sou
só
Armagedom inevitável
que a poesia cria
"bendito é o fruto
do vosso ventre"
que cospe rajadas de inferno
amém
chuá chuá chuá chuá
mar mar mar mar
me enrolo em seus cabelos
em qualquer beco
avenida anhanguera e jacarepaguá
sou pedra no sapato
bodisatva safado
arcanjo e diabo
a nota imunda na mão do otário
a poesia sem conteúdo
pois falta pecado
sou a vida enfraquecida
na morte cheia de agonia
um bêbado alegre e querido
amando mulheres lindas
perdidas em algumas clínicas, delegacias
ou escondidas atrás da bíblia
ou em algum emprego vazio
às margens do abismo
aqui portanto mais um capítulo
do diário perdido
num botequim qualquer
do meu brasil.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
"O inquisidor"
O inquisidor
A Inquisição mata
O inquisidor mata
O inquisidor sorrir
O riso do escárnio!
O inquisidor não se preocupa
O inquisidor apenas ordena
O inquisidor e o Papa
O inquisidor e o Papa mata!
Mentalidade irracional
O inquisidor mata
Em nome da Bíblia
Em nome de uma fé cega
Controla o rebanho
O inquisidor e o Papa!
Ilustração "O inquisidor" nanquim n° 04 F/A4
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
AMOR LIVRE
(Por Diego El Khouri)
Por te amar tornei a felicidade signo intocável
vento fugaz...
os olhos vidrados
na madrugada nada dizem
a não ser
que
a fome
que alimenta nossos corpos
é combustível poético
pássaro
que
canta machucado
"vencido em meu castigo"
pernoitado em insólitas paragens
que
a burrice ariana
trás
vou te amando
preso
submisso
e criminoso
nessa louca liberdade
que o desejo FAZ.
Por te amar tornei a felicidade signo intocável
vento fugaz...
os olhos vidrados
na madrugada nada dizem
a não ser
que
a fome
que alimenta nossos corpos
é combustível poético
pássaro
que
canta machucado
"vencido em meu castigo"
pernoitado em insólitas paragens
que
a burrice ariana
trás
vou te amando
preso
submisso
e criminoso
nessa louca liberdade
que o desejo FAZ.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Teu Blues Inglês
Por: Anna Alchuffi
esses olhos que eu tanto desejo
hão de comer meus pecados
e a sorte em troca de um beijo
eles selarão fechados
e caladas as línguas conversarão unidas
o idioma de arcanjo
onde num arranjo flutuarão sem pressa
sobre as vidas envolvidas
a dor eu conheço bem
ela corroí e tritura
arde, é dura
desfaz o coração
e faz pobre quem tem vintém
por isso eu me afasto destes olhos
destas preces das noites insones
dos poemas trocados a esmo
da esperança em sua blusa xadrez
e do teu blues inglês.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
"O Portador das Máscaras"
"O Portador das Máscaras" ( nanquim n°04 F/A4)
A primeira coisa que o Portador das Máscaras pergunta ao vê alguém: "Qual máscara você quer usar hoje meu caro?" Pra logo depois seguir sua jornada, rumo ao nada. Diariamente ele perambula, sempre em buscar de uma nova expressão que possa moldar e fazer parte dela. O Portador tem todas as Máscaras possíveis que se possa imaginar. Ele pertence a lugar nenhum e sempre pronto pra partir. E quando alguém pergunta pelo Portador... é tão fácil achá-lo. Bastar olhar no espelho.
sábado, 13 de outubro de 2012
BERRO
(Por Diego El Khouri)
sou o grito em silêncio
dessas lágrimas que não cessam
filho ingrato de ordens falidas
busco ou não busco meu regresso?
as paredes caíram, todas, todas...
enfim o desejo concretizado
por oito anos perdidos no vácuo
e agora o que fazer? para onde ir?
"que imagens santas destruir?"
os versos aqui caíram no vazio
deixar o menor registro possível
dessa existência que é " a via
máxima do gozo eternamente incompleto"
derrubar mais paredes e portas
subjugar todas verdades falsas
amarrar uma corda na viga
ter os pés amantes do vento
balançando de um lado para o outro
num delicioso contentamento
ah que belo tormento
beber todo álcool
antes que acabem com o carnaval
enrabar um por um
filas de opressão e mesquinhez
em qual lado você está,
cumpade translúcido da manhã suja,
catando vermes psicóticos
na opressão familiar-nação?
que paisagem bela
essa que se oferece ao eco de tua voz
parece com a dor
que trago em meu estômago
e a tremedeira de minhas pernas e mãos
ausente do álcool confortador
beijei a Morte todas às vezes que pude
e beijaria outras vezes se pudesse
mas agora é ela que me beija
ela que acende as nervuras de meu peito
e as fissuras de meu pâncreas sem receio
só ela mesmo, só ela, para cobrir me de vestes
num invólucro manto
que roubei dos céus
só ela, ela apenas, o doce Karma que me abraça
e não me mostra as chaves
dessa vil existência
só ela , só ela mesmo meu irmão diáfano,
que tem a paciência de ouvir essa voz calada
sem perguntar absolutamente nada.
Rio de Janeiro, 2012
domingo, 30 de setembro de 2012
Nosso Sucesso
Por: Anna Alchuffi
aplausos e mais aplausos
eu só me despeço do nosso sucesso
sem progresso, um retrocesso programado
sem fim
por você e por mim
a poesia é como um deus sem sexo
sou eu o que não querem de mim
quem começou foi quem criou
aplausos e mais aplausos
eu só me despeço do nosso sucesso
sem progresso, um retrocesso programado
sem fim
por você e por mim
a poesia é como um deus sem sexo
sou eu o que não querem de mim
quem começou foi quem criou
quem criou foi quem amou
que amou foi quem se doou
e só ele sabe como doeu
uma ideia sem conclusão
é como o universo em expansão
uma ideia concluída é como
uma ruína em reconstrução
a luxúria do caminho
é a luz de toda caverna
a saudade é um trilho
me falta mais doses para jogar a perna
para que antes dos aplausos eu possa fugir.
que amou foi quem se doou
e só ele sabe como doeu
uma ideia sem conclusão
é como o universo em expansão
uma ideia concluída é como
uma ruína em reconstrução
a luxúria do caminho
é a luz de toda caverna
a saudade é um trilho
me falta mais doses para jogar a perna
para que antes dos aplausos eu possa fugir.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
OLHOS
(Por Diego EL Khouri)
Eu ouço teus lábios da mesma forma que teus olhos. Mil cordas se desprendem do coração. Ouço um som suave, cristalino, límpido clamando meus olhos a teu ventre opaco e quente como a noite. Um milagre sucedido de outro. Paisagens e cores e risos a luz da manhã. O que agora poderia dizer? A quem me entregar? O que procurar? O que prever? Há um propósito para tudo. Bem eu sei. Até para a Morte. Até para a vida. Talvez mergulhar no mar... Senti-la outra vez, ouvir o canto dos pássaros, a beatitude que um sorriso proclama; jardins paradisíacos, vastos caminhos: a existência – existência sem limites – o desejo, a volúpia – sol pulsando mais forte iluminando os corpos em desalinho... tudo mais... corpos e corpos... olhos gentis e o que se sucede após ser devorado por esses olhos, esses olhos, esses olhos, olhos, olhos, olhos... lábios presos aos olhos, preso em ti, preso em mim... em teu olhar... Morte... descampado... gramado... a plenitude... a vida... A Morte.
Eu ouço teus lábios da mesma forma que teus olhos. Mil cordas se desprendem do coração. Ouço um som suave, cristalino, límpido clamando meus olhos a teu ventre opaco e quente como a noite. Um milagre sucedido de outro. Paisagens e cores e risos a luz da manhã. O que agora poderia dizer? A quem me entregar? O que procurar? O que prever? Há um propósito para tudo. Bem eu sei. Até para a Morte. Até para a vida. Talvez mergulhar no mar... Senti-la outra vez, ouvir o canto dos pássaros, a beatitude que um sorriso proclama; jardins paradisíacos, vastos caminhos: a existência – existência sem limites – o desejo, a volúpia – sol pulsando mais forte iluminando os corpos em desalinho... tudo mais... corpos e corpos... olhos gentis e o que se sucede após ser devorado por esses olhos, esses olhos, esses olhos, olhos, olhos, olhos... lábios presos aos olhos, preso em ti, preso em mim... em teu olhar... Morte... descampado... gramado... a plenitude... a vida... A Morte.
Abril, 2005
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
O caos em mim
De olhos fechados e ainda vejo
O caos dentro de mim sorrir
Como quem pede mais uma dose
Já até deixei de tentar entender
Apenas prosigo num delírio
É tantas horas da madrugada
Lembranças me atacam o tempo todo
Já nem consigo sorrir como antes
Estive me prostituindo
Com a insanidade que me grita do abismo
Não é apenas um sonho, Ícaro sem asas!
Morrendo afogado dentro de mim
Vejo uma luz que não virá
Fico sozinho, largado e vazio...
O caos dentro de mim sorrir
Como quem pede mais uma dose
Já até deixei de tentar entender
Apenas prosigo num delírio
É tantas horas da madrugada
Lembranças me atacam o tempo todo
Já nem consigo sorrir como antes
Estive me prostituindo
Com a insanidade que me grita do abismo
Não é apenas um sonho, Ícaro sem asas!
Morrendo afogado dentro de mim
Vejo uma luz que não virá
Fico sozinho, largado e vazio...
terça-feira, 21 de agosto de 2012
JAJÁ FELIX
Mais um artista se junta à turma. Jajá Felix mostra seu trabalho. Mais ilustrações dele podem ser vistas em http://www.flickr.com/photos/jarlanfelix .
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
THC
As drogas estão aí... e quem nunca experimentou (teve com certeza vontade) " Faça o que tu queres pois é tudo da lei..."
Revoltas
Encarcerado na angústia
O presente me deprime
A falsidade me agride
O cristianismo me revolta!
Uma ferida eterna na alma
O suicídio constante na cabeça
Olho pra todos os lados
É sempre o mesmo Dejà vu
Cercado pela solidão da vida
Habitando um esqueleto como casa
Detruindo alguns sentimentos
Apenas grito na minha cara
Cada vez mais me convenço
Tão descartável como tantos!
O presente me deprime
A falsidade me agride
O cristianismo me revolta!
Uma ferida eterna na alma
O suicídio constante na cabeça
Olho pra todos os lados
É sempre o mesmo Dejà vu
Cercado pela solidão da vida
Habitando um esqueleto como casa
Detruindo alguns sentimentos
Apenas grito na minha cara
Cada vez mais me convenço
Tão descartável como tantos!
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Diagnostico.
A azia é sintoma de burguesia, sofre-se mais dessa doença quem não é burguês. Os infectados pela burguesia sugam os outros para manter bem vivos os teus vírus. É um estado de dependência total.
A azia pode ser gastrite, que pode virar úlcera, que pode virar câncer. O coitado do sugado sente em cada lotação a dança frenética das motocicletas cortando os carros . Seu corpo é privado, os sonhos mutilados. Um coração vazio. Uma mente cozida, um corpo que ainda deseja ser sadio.
A azia pode ser gastrite, que pode virar úlcera, que pode virar câncer. O coitado do sugado sente em cada lotação a dança frenética das motocicletas cortando os carros . Seu corpo é privado, os sonhos mutilados. Um coração vazio. Uma mente cozida, um corpo que ainda deseja ser sadio.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
NATÁLIA MASTRELA
Mais artista de Goiânia dando sua contribuição ao Coletivo Zine, a ilustradora e designer Natália Mastrela. Segue-se alguns de seus belos trabalhos:
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
INFÂNCIA
(Por Diego EL Khouri)
Lençóis na cama
janela dourada
paredes brancas
de um veludo que encanta...
Colchão limpo
roupas no varal
o beijo na face
na manhã dominical...
O sonho de outrora
nos braços de agora
que se ergue e se move
na densidade afora...
barulho de meninas
límpidas como haxixe
onde a beleza marca o rosto
na volúpia que não vistes.
Na fronte que o peito chora
beijo que morde e cora
há uma agonia que sofre
ao lembrar da inútil ordem.
Vales no campo do quarto
nudez na parte contrária
sombras que emergem do nada
na infância imaculada.
Infância de um tempo perdido
sentida na fome cortada
ainda havia beleza
mesmo que uma beleza toda errada.
Fotografia olhada de esgueio
fraticida momento de sonho
cheiro de bolo corrói a fome
estraçalha, seduz e some.
Aos "tabernáculos da fé"
que o vício devora e conduz
há portas fechadas que se esmeram no acaso
a ponto de cessar toda a luz.
Por isso devoro o Agora
na dança vulgar da memória
divertindo a formidável Morte
como meretriz, como deus, como sorte.
Cicatrizes na barriga violentada
arcanjos submissos ao Nada
ontem como anjo vil sem lei
bebi toda bebida roubada.
Agora só sem memória sem passado
a infância me foi outorgada
não tive nenhum amigo
que libertasse essa alma aprisionada.
Agora só sem memória sem passado
o medo me foi usurpado
falo do meu tempo, dos meus vícios
das paredes que me foram mostradas.
Agora só sem memória sem passado
tenho na bílis os venenos mais tóxicos
na face o sorriso mais mórbido
e na alma um deus vomitado.
Amores eu tive, alguns eu fingi
e tudo vai se clareando
na correnteza sutil
que o pensamento vai levando.
Agora só sem memória sem passado
o que eu vi não está errado
era sim um menino inventivo
que se violentava em seu delírio.
Era sim um menino cheio de chagas
no deserto sujo da alma
colhendo os dejetos da alma
colhendo os dejetos da alma
comendo as fezes da alma
molestando o ventre da alma
perdendo a essência da alma
brincando no eterno da alma
sonhando a liberdade da alma
tendo no efêmero da calma
a certeza que o universo caminha sem passos.
Esse é o deserto da alma
e os lençóis que se evaporam no Saara
há janelas douradas
"que sempre voltam para casa".
Há Maomé de joelhos
enganando uma nação abastada
crianças na praça a gritar
não sabem que a felicidade é um peito aberto a gritar.
E EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
o último apelo dos vícios
não me limito ao abismo
antes ser deus do que ser faminto.
EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
a nudez se despe de cinismo.
O último apelo ao amigo
: deixa eu cravar em ti
essa minha melancolia!
Deixa eu ser pra ti
o anjo que se aniquila!
Lençóis na cama
janelas douradas
paredes brancas
roupas no varal
o beijo na face...
... enfim
a infância foi encontrada...
Lençóis na cama
janela dourada
paredes brancas
de um veludo que encanta...
Colchão limpo
roupas no varal
o beijo na face
na manhã dominical...
O sonho de outrora
nos braços de agora
que se ergue e se move
na densidade afora...
barulho de meninas
límpidas como haxixe
onde a beleza marca o rosto
na volúpia que não vistes.
Na fronte que o peito chora
beijo que morde e cora
há uma agonia que sofre
ao lembrar da inútil ordem.
Vales no campo do quarto
nudez na parte contrária
sombras que emergem do nada
na infância imaculada.
Infância de um tempo perdido
sentida na fome cortada
ainda havia beleza
mesmo que uma beleza toda errada.
Fotografia olhada de esgueio
fraticida momento de sonho
cheiro de bolo corrói a fome
estraçalha, seduz e some.
Aos "tabernáculos da fé"
que o vício devora e conduz
há portas fechadas que se esmeram no acaso
a ponto de cessar toda a luz.
Por isso devoro o Agora
na dança vulgar da memória
divertindo a formidável Morte
como meretriz, como deus, como sorte.
Cicatrizes na barriga violentada
arcanjos submissos ao Nada
ontem como anjo vil sem lei
bebi toda bebida roubada.
Agora só sem memória sem passado
a infância me foi outorgada
não tive nenhum amigo
que libertasse essa alma aprisionada.
Agora só sem memória sem passado
o medo me foi usurpado
falo do meu tempo, dos meus vícios
das paredes que me foram mostradas.
Agora só sem memória sem passado
tenho na bílis os venenos mais tóxicos
na face o sorriso mais mórbido
e na alma um deus vomitado.
Amores eu tive, alguns eu fingi
e tudo vai se clareando
na correnteza sutil
que o pensamento vai levando.
Agora só sem memória sem passado
o que eu vi não está errado
era sim um menino inventivo
que se violentava em seu delírio.
Era sim um menino cheio de chagas
no deserto sujo da alma
colhendo os dejetos da alma
colhendo os dejetos da alma
comendo as fezes da alma
molestando o ventre da alma
perdendo a essência da alma
brincando no eterno da alma
sonhando a liberdade da alma
tendo no efêmero da calma
a certeza que o universo caminha sem passos.
Esse é o deserto da alma
e os lençóis que se evaporam no Saara
há janelas douradas
"que sempre voltam para casa".
Há Maomé de joelhos
enganando uma nação abastada
crianças na praça a gritar
não sabem que a felicidade é um peito aberto a gritar.
E EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
o último apelo dos vícios
não me limito ao abismo
antes ser deus do que ser faminto.
EU GRITO EU GRITO EU GRITO!!!!
a nudez se despe de cinismo.
O último apelo ao amigo
: deixa eu cravar em ti
essa minha melancolia!
Deixa eu ser pra ti
o anjo que se aniquila!
Lençóis na cama
janelas douradas
paredes brancas
roupas no varal
o beijo na face...
... enfim
a infância foi encontrada...
sábado, 4 de agosto de 2012
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
terça-feira, 31 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Você é um Beatle?
Uma sátira bem humorada sobre os Beatles?... Talvez. Você sabia que existe uma música dos Beatles que se chama: "Thank you girl". Nesse quadrinho ela entra com duplo sentido. Aos que cantam sozinho pela vida...
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Náusea
Tu praticas as piores sevícias
Cuspindo em meu coração
De repente e sem avisar
Profanando meu sentimento!
Tu já não sabes meu querer
E o tédio te consome os olhos
Tua vida insegura pelos fios
Teias de aranha pelo abandono
Tu não sofres ao me ver
Em tamanho suicídio perto do fim!
Te gritei no asilo de minha loucura
O eco reverberou por todos os cantos
Triste pássaro em dias cinzas
As canções que ouço soturnas.
Cuspindo em meu coração
De repente e sem avisar
Profanando meu sentimento!
Tu já não sabes meu querer
E o tédio te consome os olhos
Tua vida insegura pelos fios
Teias de aranha pelo abandono
Tu não sofres ao me ver
Em tamanho suicídio perto do fim!
Te gritei no asilo de minha loucura
O eco reverberou por todos os cantos
Triste pássaro em dias cinzas
As canções que ouço soturnas.
sábado, 21 de julho de 2012
Perdido Por aí
Pingos de chuva em minha poesia
Gostaria de ter certeza de
Que não estou perdido
Vagando como o vento.
Gostaria de saber que
Não estou perdido por aí
Como a solidão no olhar alheio
Perdido como o vento por aí!
Um temporal está se armando
Minha alma vai ficar tão inundada
Talvez eu pegue um resfriado
Perdido por aí como vento!
Não quero nenhum romance repentino
Só quero saber que não estou perdido...
Gostaria de ter certeza de
Que não estou perdido
Vagando como o vento.
Gostaria de saber que
Não estou perdido por aí
Como a solidão no olhar alheio
Perdido como o vento por aí!
Um temporal está se armando
Minha alma vai ficar tão inundada
Talvez eu pegue um resfriado
Perdido por aí como vento!
Não quero nenhum romance repentino
Só quero saber que não estou perdido...
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Um feto
Vejo nos sorrisos das crianças
A esperança que já não tenho
Sou um feto que insistiu
E agora estou decepcionado!
Penso em como seria bom
Ter me enforcado no cordão umbilical
Ter sido abanonado no começo como agora
Ter pedido telepaticamente pra não nascer!
Vejo nos sorrisos das crianças...
O dia de amanhã me cuspindo
Já não existe inocência nas palavras
Vejo nos sorrisos das crianças
Percebo triste e calado e cansado
Um feto que insistiu...
A esperança que já não tenho
Sou um feto que insistiu
E agora estou decepcionado!
Penso em como seria bom
Ter me enforcado no cordão umbilical
Ter sido abanonado no começo como agora
Ter pedido telepaticamente pra não nascer!
Vejo nos sorrisos das crianças...
O dia de amanhã me cuspindo
Já não existe inocência nas palavras
Vejo nos sorrisos das crianças
Percebo triste e calado e cansado
Um feto que insistiu...
"O suicídio"
O ministério do aviso adverte: cuidado, quadrinho com humor nada normal. Por favor não tentem isso em casa. David Beat agradece.
DAVID BEAT
Mais um colaborador na área. É David Beat, do Rio de Janeiro, que assina o poema e o quadrinho logo abaixo. Bem vindo à turma, David.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Inverno
Mais um inverno de corte
Minha pele, meus olhos
Meu interior revolto e colérico!
Meus dias de sordidez
Minha visão distorcida
Pelo vento gélido da manhã
Meu pensamento suicida
O abismo de baixo de meus pés
Uma corda, o veneno, a vida fugindo
Sem controle, enloquecendo
Lembranças que insiste em ficar
Eu quero viajar em algo seguro
Beijar novamente o sol em brilho
Vê minha vida em outro ângulo
Minha pele, meus olhos
Meu interior revolto e colérico!
Meus dias de sordidez
Minha visão distorcida
Pelo vento gélido da manhã
Meu pensamento suicida
O abismo de baixo de meus pés
Uma corda, o veneno, a vida fugindo
Sem controle, enloquecendo
Lembranças que insiste em ficar
Eu quero viajar em algo seguro
Beijar novamente o sol em brilho
Vê minha vida em outro ângulo
"Os Desesperados"
Série de quadrinhos "Os Desesperados" criado por David Beat... pra quem gosta de humor de todas as formas...
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Dia do Rock(Cover) em Sergipe ou Por um desabafo sobre o evento chamado COVERAMA
OS COVERS DE SERGIPE
Em respeito aos que se iludem auditivamente com esse evento
que para mim se chama MERDARAMA (coverama na inverdade), vão tomar no olho,
mais bem no fundinho mesmo dos seus cús fedorentos!
Porra , ainda vem uns caras dizer que é o evento que mais
movimenta músicos aqui no estado! Se fuder mermão! Quem movimenta a maioria dos
músicos aqui é os buzão seu fia da puta! Enquanto a gente rala pra porra pra
poder gravar uma música sequer( e ruim pá porra) um bando de ingomadinho do
carayu vem querer dar uma de MAINSTREAM e dizer que toca nessa merda por quê
aqui em Sergipe num tem evento pra suprir a necessidade dos músicos se
apresentarem.
Se movimentem seus merdas! Agilizem os eventos! Corram atrás!
Quando eu morava no Eduardo Gomes( bagaçada) agilizava os eventos na doidera
.Mas fazia essa porra! Não era um evento a nível municipal.Mas pelo menos tinha
porra!
Agora eu vou pegar a minha grana pra ensaiar ,tempo voando,
instrumento foda pra manter e me dedicar a tocar porra de cover? Vão se fuder!
E tem mais ! Vai rolar o INFELIZ NATAL 5 esse ano,não vou
dar espaço pra essas “bandas” e se ninguém quiser participar tem bronca não!
Nem que eu tenha de contratar duas putas infectadas lá da Rua da Frente pra
trepar a noite toda com elas. E deixo um recadinho pra você que gosta de se
“divertir” com um repertório de músicas
dos outros: Goze com o meu pau e tire um cover do meu esperma na sua boca!
OSSOZ
domingo, 24 de junho de 2012
MOMENTO ENTREVISTA
ENTREVISTANDO SOLANGE VENTURI
(Por Diego EL Khouri)
Solange Venturi, carioca, "artista plástica. Formação: Parque Lage. Professores: João Magalhães e Nelson Leirner. Exposições: "Mão Dupla", MAC de Rosário - Argentina; "Projéteis Contemporâneos" - FUNARTE - Rio de Janeiro; 8.Salão Nacional Victor Meireles (SC); 8.Salão da Bahia; "Projeto Castelinho", Castelinho do Flamengo; "ZOOM", MAC de Campinas; Salão de Goiás; "O Ovo", curadoria Nelson Leirner, Parque Laje. Premiada no LVI Salão Paranaense -
Curitiba PR".
Nós fale da obra que fez você levar o prêmio no LVI Salão
Como deseja morrer?
Solange Venturi, carioca, "artista plástica. Formação: Parque Lage. Professores: João Magalhães e Nelson Leirner. Exposições: "Mão Dupla", MAC de Rosário - Argentina; "Projéteis Contemporâneos" - FUNARTE - Rio de Janeiro; 8.Salão Nacional Victor Meireles (SC); 8.Salão da Bahia; "Projeto Castelinho", Castelinho do Flamengo; "ZOOM", MAC de Campinas; Salão de Goiás; "O Ovo", curadoria Nelson Leirner, Parque Laje. Premiada no LVI Salão Paranaense -
Curitiba PR".
Uma das propostas de sua arte é trabalhar com os objetos já construídos e não instantâneos. A idéia de movimento permeia boa parte de sua obra. Uma influência clara do trabalho fotográfico de Muybridge. Além da idéia de movimento, da repetição, o que mais sustenta sua arte?
A minha arte recebe influência de todos os lados, vem de dentro, vem de fora. Copio, invento, perverto. Não persigo unidade nem coerência, faço o que me dá na cabeça
A fotografia e a pintura são duas artes que por vezes se estranham. Uma fronteira difícil de romper, porém a todo momento você faz essas interferências. Desenho com fotografia, pintura e fotografia, etc. Como trabalhar com fronteiras tão diferente?
Na minha fotografia tem uma fase em que copio os modelos da História da Arte, criando uma tensão nas imagens clássicas, fazendo algumas interferências externas, mas procurando manter as cores da pintura, as poses. Isso se consegue com a fotografia. Na verdade, aquela primeira pintura foi cópia de um modelo vivo, e a fotografia é a cópia dessa cópia. Então, as fronteiras acabam se esbarrando, já que tudo é cópia e o original tá morto. Eu misturo tudo, ligado pelo mesmo fio condutor.
no Paranaense.
Ah essa aí, tenho uma certa dificuldade em falar dela. É um trabalho muito abstrato embora o objeto, o boneco, seja figurativo. É um trabalho que fala do feminino, mas não só. É uma série onde o personagem (boneco) vai colocando as entranhas para fora enquanto uma fenda cada vez maior vai se abrindo à sua frente. Fala do esvaziamento, do buraco que todos nós algum dia entramos ou entraremos, é inevitável. Fala também do próprio ato da criação em que você vai botando tudo prá fora e no final fica um vazio até começar tudo de novo. Viu? Acabei falando muito...
Você diz que durante um bom tempo na EAV (Escola de Artes Visuais do Parque Lage) foi uma ouvinte constante das palestras ministradas por Paulo Sérgio Duarte, Fernando Cocchiaralle, Ana Bella Geiger e Charles Watson. De que forma eles influenciaram sua arte?
Como eu disse mais acima, a influência vem de todos os lados. Então, receber informações também é super importante pra ajudar a entender e a formar o discurso, mas na hora da criação o que conta é o embate de você com você mesmo, com a obra que tá sendo parida. E aí ninguém te salva... Não tem filosofia, não tem história da arte.
Há uma discussão atual sobre o que é arte boa e ruim. Uns apontam a arte como função, outros como entretenimento. Você fica de qual lado? Há outros caminhos além desses?
Pra mim a arte não tem finalidade nenhuma, é um delírio do artista que precisa colocar pra fora suas ansiedades criativas. Primeiro faço pra mim, depois é que sinto necessidade de mostrar ao outro. Se você quiser muito atribuir um sentido, poderia te dizer que a função da arte é fazer pensar. E aí, arte- entretenimento tá fora. Um vídeo do Bill Viola, por exemplo, mais incomoda do que diverte . Sou a favor da arte que causa desconforto, o que pouco se vê hoje em dia onde tudo tá pasteurizado e politicamente correto. Vou a uma coletiva de arte contemporânea e raramente saio impressionada .É tudo dejà vu, o discurso tenta substituir o trabalho em nome do conceito. Não que eu seja contra trabalhos conceituais . O Duchamp, mestre maior, pouca visualidade tinha em seus trabalhos. O que tem um urinol de ¨visual¨? Mas a idéia era genial. Ou você tem uma idéia genial que vira um trabalho ou então parte para um trabalho orgânico, visceral. O que fica no meio do caminho é uma merda.
O cabelo e o pêlo estão presentes em sua arte quase sempre. Uma idéia explicita do erotismo, aquele erotismo às avessas, estranho e intenso. O que pretende com isso?
Não sei bem o que pretendo. Você falou bem quando disse erotismo às avessas, um curador falou em erótico-não erótico, em buraco do corpo. Gostei dessas expressões. Na verdade, o pelo é só mais um elemento, um material que uso. Acho que a questão presente no meu trabalho ta ligada ao corpo, identidade, sexo e morte, entre outras. Eu tenho outros trabalhos onde não tem pelos e são feitos com carimbos sobre papel e desenhos. Também já fiz muitas pinturas enormes,a maioria se decompôs, mofou. Mas o corpo e suas questões está no centro de tudo .
Como você vê essa geração sem utopias?
Os utópicos são muito ingênuos. Essa geração é mais safa. Eu mesma fui muito boba e acho que ainda sou. Os meus sobrinhos, por exemplo, na faixa dos 14, 15, 22, são super espertos, sabem de tudo. São crias da Internet, recebem informações de todos os lados e não acho isso ruim, não. Acho que o melhor tempo vai ser sempre esse em que estamos vivendo. Não sou saudosista não. Se você tem sede, vai buscar na fonte. Seja em qualquer geração, tem que fazer suas escolhas. Tem espaço pros sonhadores e também pros suicidas...
Praticamente todas as capas dos CDs do músico underground Rogério Skylab (seu marido) foram feitas por você. Falar de Skylab e não falar dessas capas é quase impossível. Como foi a produção dessas capas, desde a escolha do tema até a forma de utilizá-las ?
Eu não escolhi nada, nem fiz os trabalhos pensando nas capas dele. Com exceção do Skylab 5 e 6. Eu fazia meu trabalho e ele sempre acompanhando tudo, acabava escolhendo algum para a capa dos seus cds. Simples assim. Quanto aos 5 e 6, as fotos foram feitas, especialmente, para aquele fim. O tema do nosso trabalho tem afinidade, daí a escolha das capas, eu acho.
O que te motiva a criar?
Uma pulsão interna nos leva a criar e o racional organiza isso dando o nome de arte. Senão seria só loucura.
Ainda vivemos sobre o signo da contracultura?
Não. Não acredito em contracultura, malditos, underground. Hoje é cada um por si e Deus contra todos. Vivemos sob o signo do bizarro.
Abraçada ao Rogério.
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