(Por Diego El Khouri)
sou o grito em silêncio
dessas lágrimas que não cessam
filho ingrato de ordens falidas
busco ou não busco meu regresso?
as paredes caíram, todas, todas...
enfim o desejo concretizado
por oito anos perdidos no vácuo
e agora o que fazer? para onde ir?
"que imagens santas destruir?"
os versos aqui caíram no vazio
deixar o menor registro possível
dessa existência que é " a via
máxima do gozo eternamente incompleto"
derrubar mais paredes e portas
subjugar todas verdades falsas
amarrar uma corda na viga
ter os pés amantes do vento
balançando de um lado para o outro
num delicioso contentamento
ah que belo tormento
beber todo álcool
antes que acabem com o carnaval
enrabar um por um
filas de opressão e mesquinhez
em qual lado você está,
cumpade translúcido da manhã suja,
catando vermes psicóticos
na opressão familiar-nação?
que paisagem bela
essa que se oferece ao eco de tua voz
parece com a dor
que trago em meu estômago
e a tremedeira de minhas pernas e mãos
ausente do álcool confortador
beijei a Morte todas às vezes que pude
e beijaria outras vezes se pudesse
mas agora é ela que me beija
ela que acende as nervuras de meu peito
e as fissuras de meu pâncreas sem receio
só ela mesmo, só ela, para cobrir me de vestes
num invólucro manto
que roubei dos céus
só ela, ela apenas, o doce Karma que me abraça
e não me mostra as chaves
dessa vil existência
só ela , só ela mesmo meu irmão diáfano,
que tem a paciência de ouvir essa voz calada
sem perguntar absolutamente nada.
Rio de Janeiro, 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário