Enquanto ao cárcere do mundo me limito
em ser apenas um poeta cheio de vícios
me transfiguro, me humilho vendo
sujar minha face as sete chagas de Cristo.
Uma agonia traiçoeira dessas que invadem a alma
brotam no meu peito. Na bronha faleço.
Sei que nada vejo a não ser as chagas
que corroem minha alma, me xingam, me matam.
No mato solitário, com breu e sem cachorro
choro atrozmente como uma criança chora.
Dinheiro, emprego, família, tudo tenho.
Só a paz que não vejo faz tempo.
Numa necessidade filosófica passo horas a fio
dormindo em ventre desnutridos.
cortante!
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