O engodo
Um homem teve o
mesmo sonho três vezes seguido, um ciclo. Neste sonho via a si mesmo como uma
criança como qualquer outra, brincando com objetos geométricos. Era sempre
noite quando a criatura aparecia, dizendo coisas em uma linguagem hipnótica. Na
primeira vez que sonhou, não sabia decifrar o significado de tais palavras, mas
não tinha medo ― mesmo sendo apenas uma criança ― encarou a criatura, enquanto o relógio badalava mais alguns
segundos e o tempo escorria lento, sabia que estava num sonho e seu corpo real
estava na cama.
Apenas alguns segundos se passaram dentro do
sonho e a criatura continuava proferindo seu mantra: “revelare / semita autem
revelare / est mortis”. Mas as horas dentro de um sonho diferem das horas do
mundo da realidade.
Acordou e olhou o relógio, eram seis da manhã.
Tenho que ir trabalhar. Enquanto se arrumava ficou pensando naquele sonho que
tivera e no que possivelmente este sonho estava querendo lhe dizer, pois em
toda sua vida até o presente momento, nunca tivera um sonho tão estranho e
misterioso.
O tempo passa e cumprida à rotina do dia a
dia, mas uma vez o home adormece e sonha o mesmo sonho de antes. Ao acordar,
são seis da manhã em ponto. ― “Estranho, o mesmo horário de ontem
e o mesmo sonho” ― disse. Enquanto se arrumava ficou
pensando novamente no que poderia significar aquela linguagem que a criatura
proferia e que ele não conseguia identificar, mas nada do que pensou trouxe uma
possível resposta. Tenho que ir trabalhar.
O dia transcorre normalmente e nada de anormal acontece. Apenas a mesma
rotina.
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