Por: Diego El Khouri
trago no olhar a volúpia e a morte nua revestida de delírio. sou a fome que arranca do peito o futuro e a sombra que acompanha todas as encruzilhadas no lado oposto da vida. sou a febre monódica dos bêbados no fundo dos bares. a luz opaca e nebulosa no fim dos salões manchados de gritos e vômitos. sou o silêncio que machuca toda pulsação da poesia que cerca a noite de orvalho. sou o vento suave e torpe que esbofeteia a cara da caretice e a mesmice, essa sanguessuga maldita, nunca me encontra nas esquinas, bares e ruínas na qual eu, ironicamente, sempre me encontro. sou a cálida manhã dos viciados, a têmpora maculada de lamas e fezes. e o barquinho azul na correnteza surreal e inimitável de todo bardo outsider da galáxia de parnaso.
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