(Por Diego El Khouri)
Por te amar tornei a felicidade signo intocável
vento fugaz...
os olhos vidrados
na madrugada nada dizem
a não ser
que
a fome
que alimenta nossos corpos
é combustível poético
pássaro
que
canta machucado
"vencido em meu castigo"
pernoitado em insólitas paragens
que
a burrice ariana
trás
vou te amando
preso
submisso
e criminoso
nessa louca liberdade
que o desejo FAZ.
O COLETIVO ZINE É UMA AÇÃO CONJUNTA. A PROPOSTA É REUNIR DIVERSOS FANZINEIROS OU CRIADORES INDEPENDENTES E PRODUZIR UM TRABALHO COLETIVO. CADA PARTICIPANTE CONTRIBUI DA FORMA COMO PUDER, SEJA NA CRIAÇÃO, MONTAGEM, EDIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO, DIVULGAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO. O IMPORTANTE É SOMAR ESFORÇOS. E ASSIM MULTIPLICAR A DIVULGAÇÃO DO TRABALHO DE CADA AUTOR E DIVIDIR O TRABALHO. SE DER CERTO,CONSEGUIREMOS CHEGAR A NOVOS LEITORES QUE JAMAIS CONHECERIAM NOSSO MATERIAL SE O PROMOVÊSSEMOS ISOLADAMENTE. E NA PIOR DAS HIPÓTESES, AO MENOS TEREMOS UMA DESCULPA PARA INSANAS FESTAS DE CONFRATERNIZAÇÃO E LANÇAMENTO DE ZINES. ENTÃO, MÃOS À OBRA. MISTURE-SE.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Teu Blues Inglês
Por: Anna Alchuffi
esses olhos que eu tanto desejo
hão de comer meus pecados
e a sorte em troca de um beijo
eles selarão fechados
e caladas as línguas conversarão unidas
o idioma de arcanjo
onde num arranjo flutuarão sem pressa
sobre as vidas envolvidas
a dor eu conheço bem
ela corroí e tritura
arde, é dura
desfaz o coração
e faz pobre quem tem vintém
por isso eu me afasto destes olhos
destas preces das noites insones
dos poemas trocados a esmo
da esperança em sua blusa xadrez
e do teu blues inglês.
terça-feira, 23 de outubro de 2012
"O Portador das Máscaras"
"O Portador das Máscaras" ( nanquim n°04 F/A4)
A primeira coisa que o Portador das Máscaras pergunta ao vê alguém: "Qual máscara você quer usar hoje meu caro?" Pra logo depois seguir sua jornada, rumo ao nada. Diariamente ele perambula, sempre em buscar de uma nova expressão que possa moldar e fazer parte dela. O Portador tem todas as Máscaras possíveis que se possa imaginar. Ele pertence a lugar nenhum e sempre pronto pra partir. E quando alguém pergunta pelo Portador... é tão fácil achá-lo. Bastar olhar no espelho.
sábado, 13 de outubro de 2012
BERRO
(Por Diego El Khouri)
sou o grito em silêncio
dessas lágrimas que não cessam
filho ingrato de ordens falidas
busco ou não busco meu regresso?
as paredes caíram, todas, todas...
enfim o desejo concretizado
por oito anos perdidos no vácuo
e agora o que fazer? para onde ir?
"que imagens santas destruir?"
os versos aqui caíram no vazio
deixar o menor registro possível
dessa existência que é " a via
máxima do gozo eternamente incompleto"
derrubar mais paredes e portas
subjugar todas verdades falsas
amarrar uma corda na viga
ter os pés amantes do vento
balançando de um lado para o outro
num delicioso contentamento
ah que belo tormento
beber todo álcool
antes que acabem com o carnaval
enrabar um por um
filas de opressão e mesquinhez
em qual lado você está,
cumpade translúcido da manhã suja,
catando vermes psicóticos
na opressão familiar-nação?
que paisagem bela
essa que se oferece ao eco de tua voz
parece com a dor
que trago em meu estômago
e a tremedeira de minhas pernas e mãos
ausente do álcool confortador
beijei a Morte todas às vezes que pude
e beijaria outras vezes se pudesse
mas agora é ela que me beija
ela que acende as nervuras de meu peito
e as fissuras de meu pâncreas sem receio
só ela mesmo, só ela, para cobrir me de vestes
num invólucro manto
que roubei dos céus
só ela, ela apenas, o doce Karma que me abraça
e não me mostra as chaves
dessa vil existência
só ela , só ela mesmo meu irmão diáfano,
que tem a paciência de ouvir essa voz calada
sem perguntar absolutamente nada.
Rio de Janeiro, 2012
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