e ele agarrou a linha e saiu arrastando
pelos continentes o gigante animal que flutuava,
se era uma aranha de gás.
respondo que sim porque sou um homem convicto,
um sem nome, um nômade dentro de uma caixa de vidro,
dentro de um reinado de luzes
contemplando os relógios estampados no veludo do boldo,
das folhas do boldo, das folhas dos tomateiros
crescidos a golfadas por dentro das friagens
o sonho do mar recreio dos bandeirantes
que fica a algumas esquinas daqui,
a algumas léguas do não fim das coisas
arte, peças das cavidades, das covas,
dos buracos, das linhas do caderno virtual
arte, que nos preserva desde muito antes,
eu camarada rupestre, rude,
antiquado para a maioria,
por ser o homem letra, o homem das letras,
dos sopro das letras, do jorro de letras
tal christina oiticica enterro pinturas na terra,
na neve, na natureza da neve,
no cal dos tremores dos bichos
e eu chamo em telepatia diego el khouri e joka faria
por nada além de palavras largadas
nas ruas que são ruas e que não são ruas.